O criadouro
A paixão da família Batista pelos bicudos iniciou-se na década de 1950 quando o senhor Alírio, pai do senhor João Batista, se instalou na cidade de Mineiros, no Estado de Goiás.
O habitat dessa região, formada de cerrado, brejos e rios propiciavam um ambiente natural à vida de bicudos e outros pássaros silvestres apreciadores de semente do capim navalha de macaco.
O gorjeio dos pássaros enriquecia a natureza e nela se destacava o canto mavioso do Bicudo que, segundo o saudoso editor José Olímpio, “o bicudo é o mais aristocrata dos pássaros”. O seu gorjeio fez com que o senhor Alírio aprisionasse alguns bicudos e outros pássaros canoros.
Na década de 1970, o senhor João Batista mudou-se para Ribeirão Preto, no Estado de São Paulo, trazendo consigo seus bicudos. A amizade com passarinheiros daquela cidade o impeliu a prosseguir com o hobby iniciado pelo seu pai, o senhor Alirio.
Os bicudos manejados pelo senhor João Batista fizeram história entre os bicudos de canto e de fibra da época, como Brigadeiro, Sorriso e Grafite (vieram de Mineiros e ganharam vários torneios de fibra), Chefão (adquirido do Sr. João Cabeleireiro, campeão de fibra), Pagão (Campeão de Fibra), Pernambuco (Campeão de Fibra), Tirus (Campeão de Fibra), Fuscão Preto (Campeão de Fibra), Mata Sete (ganhou vários torneios de fibra), Dum Dum (Campeão de Fibra, adquirido do Sr. João Gomide), Doidinho de Parmeri (Campeão de Fibra), Eletrônico (ganhou vários torneios de canto), Manda-Chuva (Campeão de fibra), Barretinho (Campeão de Canto 1982), Ministro (Campeão de Canto 1983), Mogiano (Campeão de Canto sem repetição 1984), Ministrinho (Campeão de canto com repetição 1984 e de fibra), Barrinha (Campeão de canto 1986), Papalégua (Vice Campeão de fibra), Boca Livre (Campeão Fibra Febraps 1989), Sanfoninha (Campeão de Fibra Febraps 1992), Fúria Negra (Campeão Fibra Febraps 1993), Beija-Flor (Ganhou 9 primeiros lugares consecutivos em torneios de fibra em 1994), Ligeirinho (Campeão fibra Febraps 1994), Atlântico, Anjinho (Campeão de fibra Brasil Central 1996 e Bicampeão de fibra Febraps 1997/98), Banto (Campeão de Fibra Febraps 1997), Cowboy (Vice Campeão de Fibra Febraps 1997), Fantástico (ganhou vários torneios de Fibra), Olé (ganhou vários torneios de Fibra), Língua de Fogo (Vice Campeão de Fibra Febraps 1999), Boca de Ferro (Bicampeão Estadual Febrascri 2002/2003) , Rio Branco (pentacampeão de Canto Flauta com Repetição Febraps/Feosp) e Rio Negro (Campeão de Canto Flauta Feosp), dentre outros.
Certo dia, um amigo de infância, morador da cidade de Mineiros, apelidado de Alemão, informou que havia um bicudo, verdadeiro fenômeno, que outro amigo comum deles, apelidado de Luquinha, colocava à disposição do senhor João Batista.
Esse passarinho se chamava Buriti pelo fato de ter sido pego no Brejo Buriti, nas proximidades da região do município de Mineiros/GO. Cantava o canto natural de bicudo e, no final do canto, imitava o canto do curió também abundante naquele brejo. O senhor João Batista viajou para Mineiro e buscou o bicudo fenômeno.
Na posse do senhor João Batista o bicudo passou a se chamar Boca Livre. Tempos depois, em posse do criador Oscar, morador na cidade de Campinas/SP, Boca Livre tornou-se o grande campeão brasileiro de fibra no ano de 1989.
O senhor Ito da Fonseca, sempre com percepção do futuro foi pioneiro em acreditar e investir em genética e, por isso, à época, criticado e até taxado de louco, Ito adquiriu o campeão Boca Livre e boa parte da criação do saudoso Ernesto Scatena fazendo um vultoso investimento.
O senhor Scatena foi um dos grandes criadores de bicudos de todos os tempos, uma referência nacional, reunindo grandes campeões de fibra em seu plantel.
O senhor Ito, na sua perseverança e observação fez uma linhagem do Boca Livre, cruzando com os pássaros adquiridos do senhor Scatena, raças de: Escurinho Filho (pai do Pérola Negra campeão Cobrap 2005), Zumbi (pai do Anjinho), Ministro, Ministrinho (pai do Fúria Negra), Coiote, Dois de Ouro, Sanfoninha, Manda Chuva, Garrafinha (mãe do Escurinho Filho e do Fúria Negra), Maravilha (mãe do Anjinho) entre outras grandes raçadores ali presentes.
O senhor Ito da Fonseca foi de fundamental importância no incentivo ao senhor João Batista para criar bicudos em cativeiro, o hoje, Criadouro Santa Rita Bico Preto.
Linhagens de qualidade
Dos filhos de Boca Livre, vale ressaltar: Paraíso, Eldorado, Boquinha, Itajara, Brooksfield, Poti, Serena, Júlia, Dora, Luciana, Sandrinha, Jessé, Capitu, Papoula, Odalisca, Taís.
O grande e mais famoso raçador de origem do Boca Livre, vem representado hoje pelo genitor Mor, o Paraíso, que se tornou um dos grandes raçadores do Brasil produzindo grandes campeões em torneios de fibra. De sua prole se destacam bicudos campeões em torneios de fibra tais como: Buriti, Ouro Negro (Vice-Campeão Cobrap 2005), Jurerê (Campeão Catarinense SAC 2008), Califórnia (Campeão Cobrap 2010), John Lennon (Campeão da Pré Temporada Sonit 2014 e vice-campeão Sonit 2014/2015), Blecaute, Foguetinho, Crepúsculo, Falcão Negro, Rei Natureza, Malagueta, Paraúna, Roda Viva, Alparaíso, Bob Marley dentre outros com resultados expressivos nos torneios.
O Buriti, filho do Paraíso com a Serena, vem disseminando e passando de geração a geração a qualidade genética de seus antecessores. Gerou filhos como Zulu (campeão Cobrap 2012); Buriti Jr. (campeão Brasil Central 2014); Meu Guri (Vice Campeão Sonit Torneio de Verão 2016) Juriti; Plim; Dentinho; Fuzil; Rocky e Crocodilo, todos com excelentes resultados nos torneios de fibra e também reprodutores de altíssimo nível como Rei Pelé, que é o pai de Graúna (Troféu Revelação Sonit 2012), Pedregulho (Vice Campeão Sonit Torneio de Verão 2015) e Sol Maior (Quarto colocado no Sonit 2015); Capitão América que é o pai de Capitão Caverna (campeão Sonit Torneio de Verão 2016), Carrasco que é pai de Chumbinho;
No campeonato nacional Cobrap, Buriti colecionou 8 primeiros lugares, sendo o bicudo que mais vezes ganhou etapas deste campeonato, 4 etapas em Ribeirão Preto (nos anos de 2007, 2010, 2013 e 2014), Paracatu-MG em 2011, São José dos Campos-SP em 2012, Contagem-MG em 2012, Londrina-PR em 2013. Foi em Londrina que Buriti atingiu sua maior cantada batendo o recorde da competição com 10:32:49 min, recorde que durava desde 2004 pertencente ao bicudo Pelé do nosso amigo Nami Jafet.
O Criadouro Santa Rita Bico Preto cria bicudos campeões e com excelentes resultados nos torneios de fibra e sempre trabalhou com o objetivo de descobrir e difundir pelo Brasil bicudos com genética voltada para fibra e aliada ao canto com repetição.
Destaca-se, também, o bicudo Tornado (Tricampeão Cobrap), que o Criadouro Santa Rita Bico Preto revelou para o Brasil no ano de 2002, conquistando o campeonato do Triângulo Mineiro e o nacional Cobrap 2003. Tornado deixou descendentes no Criadouro Santa Rita Bico Preto como Tufão que é pai de Tufão Jr.; Zagaia e Simca Tufão, Primo que é pai de Hulk, Lupy e Chico Rei; Batata que é pai de Kiko e Labareda; Furacão que é pai de Cat Black. E, também, Trovoada (Vice-Campeão CBSA 2007), Viola e fêmeas como Marina, Luka, Fátima, Michele, Natália e Diana genitoras de grandes campeões.
Em sua trajetória o Criadouro Santa Rita Bico Preto também colocou vários bicudos campeões em campeonatos regionais e estaduais pelo Brasil, com excelentes resultados nos torneios. No campeonato nacional Cobrap foram 4 os campeões nascidos no criadouro, sendo Pérola Negra campeão em 2005, Califórnia campeão em 2010, Zulu campeão em 2012 e Sem Nome campeão em 2014.
No ano de 2015 nosso amigo Carlão nos cedeu o Campeão Sem Nome, filho do Imperador com a Pretinha para tirar filhotes e dar segmento na raça. Nesse período colocamos o Sem Nome em 4 torneios, ganhando 2 primeiros lugares no torneio da Alta Mogiana em Ribeirão Preto nas datas de 29/11/2015 e 13/12/2015 cantando respectivamente 9:21 min e 9:12 min, 1 segundo lugar em 06/12/2015 cantando 8:45 min e 1 vigésimo terceiro lugar em 20/12/2015 cantando 6:10 min. Sem dúvida nenhuma Sem Nome está entre os melhores bicudos de todos os tempos com sua fibra e repetição incomparáveis, sendo um dos maiores velocistas da atualidade.
O nosso xodó, Buriti, filho do Paraíso com a Serena e tanto Serena como Paraíso filhos de Boca Livre, deixou sua marca pelo Brasil com desempenho de excelência nos torneios de fibra. Como diz a letra da música composta por nosso amigo Chico Roque, o Buriti “canta pra ganhar com sobra, pau pra toda obra”, e ao ritmo desta canção colecionou recordes. Participou do campeonato Regional da Alta Mogiana no período de 2007 a 2013 sendo vice-campeão em 2007, 2008, 2011, 2012 e 2013, e em 2007 ganhou troféu Bico de Ouro cantando a marca de 9:30 min no torneio realizado em Pirassununga em 11 de novembro de 2007. Em 2009, sagrou-se Campeão Regional da Alta Mogiana. Em 2012, conquistou o campeonato estadual FEOSP e o terceiro lugar no campeonato nacional Cobrap.
Há outros pássaros de expressão no cenário nacional que tiveram passagem no Criadouro Santa Rita Bico Preto, tais como: Saramandaia (Campeão Regional da Alta Mogiana 2008), Riquelme (Campeão Paranaense 2009), Renegado (Campeão da Liga 2012), Bárbaro (Bicampeão Sonit 2012/2013), D2 (Campeão Sonit Torneio de Verão 2013), Maroto (Campeão Cobrap 2013), Retrato (Campeão Torneio de Verão CPU 2014), Rei (Bicampeão da Liga MAT 2014/2015), dentre outros.
Comentário do criador amadorista Filomeno Castro Gomes
A criação em cativeiro é responsável pela preservação e criação de pássaros de genética superior em comparação com os pássaros existente e livre na natureza.
O Criadouro Santa Rita Bico Preto é um dos expoentes nacional no desenvolvimento genético pela produção de bicudos campeões em fibra aliado à repetição do canto.
A administração do Criadouro Santa Rita Bico Preto é hoje de responsabilidade do administrador João Batista Cruz Júnior, auxiliado pelos seus irmãos o farmacêutico e biólogo Rafael Batista Cruz e o administrador Danilo Batista Cruz.
Os bicudos quase desapareceram da natureza com a destruição do seu habitat natural acelerado pelo desenvolvimento agropecuário incentivado pelo agronegócio.
A Folha de São Paulo, no Google, em 10/11/2015, publicou que o ornitólogo Luís Fábio Silveira, curador das coleções ornitológicas do Museu de Zootecnia da USP e coordenador do projeto “A volta do bicudo” prevê existir no Brasil no máximo 200 bicudos vivendo na natureza e que, em sua maioria, estão concentrados no pantanal mato-grossense enquanto que em cativeiro estima-se mais de 50.000 bicudos. Esses são criados e cuidados em vários criatórios amadores e comerciais espalhados pelo território nacional.
Os criadores de pássaros silvestres em cativeiro somos contrários ao aprisionamento de pássaros silvestres que se encontram soltos e livres na natureza.
Os criadores amadores e comerciais de pássaros silvestres objetivam produzir grandes campeões em torneios realizados pelo território nacional. Esses torneios são responsáveis pela motivação dos criadores em desenvolver pássaros com genética voltada para seus respectivos objetivos como qualidade de canto e fibra. O objetivo comum é a produção de pássaros com repetição de canto. A evolução genética de pássaros criados em cativeiro é uma realidade tornando totalmente desprezível o interesse por aquisição de pássaros silvestres livres e soltos na natureza aprisionados pelos alçapões, redes e outros meios de capturas.
um pouco sobre os bicudos
Também conhecido como bicudo do norte (SP) e bicudo-preto, o bicudo (Sporophila maximiliani) é uma ave passeriforme pequena, que tem como principal característica seu canto único que lembra o som de uma flauta.
O Criadouro Santa Rita Bico Preto é especializado na criação e manutenção de bicudos, caso tenha alguma dúvida, entre em contato.
Bico PretoRegistro no IBAMA
Nº 324881